Seis meses atrás estava assistindo um vídeo da Débora Alcantara (uma das irmãs do blog Tudo Orna) em que ela falava sobre o verdadeiro significado de luxo. Nesse dia, eu percebi que quando pensava em ter uma roupa luxuosa, pensava em ter muitas roupas caras.
No vídeo, a empreendedora contou como havia aprendido na aula de antropologia que em épocas como a de Luís XV, ter algo luxuoso era ter algo de boa qualidade, que durasse por muitos e muitos anos e que aparentasse sua durabilidade, com um aspecto mais envelhecido, mostrando marcas, manchas e rasgos. Na época, esse vídeo me gerou uma reflexão muito grande sobre como a globalização, o capitalismo e a economia mudaram valores e implantaram novos significados a conceitos já existentes. Ainda expando para como essas transformações vagam entre o positivo e o negativo, sobre como elas trazem respostas benéficas, em questões de preconceitos sociais, por exemplo, mas como trazem respostas negativas, como nos valores de consumo na moda.
Um ponto muito interessante que a Débora explorou foi a importância em amadurecer nosso modo de pensar em moda, tanto de modo individual, quanto de modo coletivo e global. Amadurecendo o conceito de luxo e visualizando o mesmo como algo que ao invés de ostentar, valoriza uma peça, ressignifica o sentido descartável e consumista que sustentamos por tanto tempo.
Quando uma peça aparenta estar gasta demais, rasgada ou com marcas do tempo, já é motivo para ser jogada fora. Enquanto isso, milhares de blusas, calças e vestidos são vendidos com uma proposta “destroyed” (aspecto destruído)… Parece até um paradoxo, porém está muito mais relacionado com o fato de possuir e exibir o que é novo do que com o aspecto da roupa em si.
Decidi que era necessário repassar essa reflexão, portanto deixarei vocês com o vídeo da Débora Alcântara e a pergunta: Vamos utilizar o luxo como ferramenta de conscientização?